Postado em 9 de abril de 2025
As úlceras no pé diabético representam uma das complicações mais graves do diabetes mellitus, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes e elevando os custos com cuidados médicos. A abordagem precoce e preventiva é crucial para reduzir os riscos de infecção, amputações e hospitalizações. Neste artigo, abordamos de forma profunda os métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce e a prevenção das úlceras no pé diabético, com base nas melhores práticas clínicas e diretrizes internacionais.
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As úlceras no pé diabético são lesões abertas que ocorrem, geralmente, na planta ou nas laterais dos pés de pessoas com diabetes. Essas lesões são causadas principalmente por neuropatia periférica e/ou doença arterial periférica, duas complicações crônicas do diabetes mal controlado. A perda de sensibilidade nos pés e a má circulação tornam a pele mais vulnerável a traumas, feridas e infecções.
A identificação dos fatores de risco é essencial para prevenir a formação de úlceras. Os principais incluem:
Neuropatia periférica sensorial: perda da sensibilidade protetora.
Deformidades nos pés: calosidades, joanetes, dedos em garra.
Pressão plantar elevada: devido ao uso de calçados inadequados.
Histórico prévio de úlcera ou amputação.
Tempo prolongado de diabetes (geralmente >10 anos).
Falta de autocuidado com os pés.
Esses fatores, quando combinados, aumentam drasticamente a chance de desenvolvimento de lesões e complicações graves.
O diagnóstico precoce das alterações nos pés diabéticos pode evitar a progressão das lesões e a necessidade de amputações. Para isso, recomenda-se que todos os pacientes com diabetes realizem, no mínimo uma vez ao ano, um exame clínico dos pés com profissional especializado.
Os principais componentes da avaliação clínica incluem:
Inspeção visual detalhada: procurando por fissuras, ressecamento, calos, micoses, deformidades e alterações de cor.
Avaliação da sensibilidade tátil e vibratória: usando o monofilamento de 10g e diapasão de 128 Hz.
Verificação do pulso arterial: tibial posterior e pedioso.
Classificação de risco: segundo escalas como a de Lavery ou Wagner, que orientam a conduta clínica.
Além do exame físico, em alguns casos, é necessário realizar exames complementares, como:
Índice Tornozelo-Braquial (ITB): para avaliar o grau de isquemia.
Doppler vascular: exame de imagem que permite identificar obstruções arteriais.
Cultura microbiológica: em casos de úlceras infectadas.
Radiografia ou ressonância magnética: para investigar a presença de osteomielite (infecção óssea).
A prevenção das úlceras no pé diabético deve ser uma prioridade em todos os níveis de atenção à saúde. As medidas mais eficazes incluem:
Manter os níveis de glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c) e outros marcadores metabólicos sob controle é a base para prevenir complicações micro e macrovasculares, incluindo lesões nos pés.
O paciente deve ser orientado a inspecionar seus pés diariamente, utilizando um espelho, se necessário, para identificar alterações precoces. Qualquer vermelhidão, ferida, bolha ou rachadura deve ser avaliada por um profissional de saúde.
Evitar o ressecamento da pele é fundamental. Recomenda-se o uso diário de hidratantes específicos para pés diabéticos, especialmente nas regiões plantares, evitando a aplicação entre os dedos para não favorecer infecções fúngicas.
O uso de calçados ortopédicos apropriados, com bom amortecimento, sem costuras internas e com ajuste correto, é indispensável. Palmilhas personalizadas podem redistribuir a pressão e evitar pontos de fricção.
Unhas devem ser cortadas em linha reta, evitando cantos arredondados, para prevenir unhas encravadas. Em pacientes com neuropatia ou dificuldades visuais, o corte deve ser realizado por um profissional de saúde.
O acompanhamento regular com um podólogo clínico capacitado pode detectar precocemente alterações nos pés e realizar cuidados preventivos adequados.
Quando uma úlcera é identificada, a conduta terapêutica deve ser iniciada imediatamente. O tratamento inclui:
Desbridamento da lesão: remoção de tecido necrosado ou desvitalizado.
Uso de curativos adequados: que mantenham o meio úmido e estimulem a cicatrização.
Controle da infecção: com antibioticoterapia, quando necessário.
Alívio de pressão: com uso de botas de imobilização ou dispositivos específicos (off-loading).
Melhora da circulação: tratamento de insuficiência arterial com vasodilatadores ou, se necessário, procedimento cirúrgico de revascularização.
Educação do paciente: sobre autocuidado e sinais de alerta.
A Classificação de Wagner é amplamente utilizada para categorizar o grau de gravidade da úlcera, variando de 0 (sem lesão, mas com risco) a 5 (gangrena extensa). Quanto mais cedo a lesão for diagnosticada, maiores as chances de recuperação sem necessidade de amputações.
Pacientes diabéticos devem ser educados continuamente sobre os riscos e formas de prevenção das úlceras nos pés. Programas educativos têm demonstrado eficácia na redução da incidência de lesões, hospitalizações e amputações. Devem abordar temas como:
Autocuidado com os pés
Escolha de calçados
Controle glicêmico
Reconhecimento de sinais de alarme
A prevenção e o diagnóstico precoce das úlceras no pé diabético são pilares fundamentais na abordagem de pacientes com diabetes mellitus. A combinação entre educação do paciente, exames periódicos, cuidados com os pés e uso de calçados adequados pode reduzir drasticamente o número de complicações, melhorar a qualidade de vida e evitar amputações. O trabalho integrado entre médicos, enfermeiros, podólogos, fisioterapeutas e educadores em saúde é a chave para um cuidado realmente eficaz e humanizado.
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